terça-feira, 18 de outubro de 2011

Lixo hospitalar: ganância de empresários pode resultar em sérios riscos para a saúde da população

Por Emanuel Neri

Uma coisa medonha vem ocorrendo em Pernambuco nas últimas semanas. Primeiro, foi um contêiner com mais de dez toneladas de lixo hospitalar dos Estados Unidos – incluindo lençóis e  fronhas manchados de sangue, luvas cirúrgicas e seringas usadas – foi descoberto pela Receita Federal no Porto de Suape, próximo a Recife.
Quando se pensava que a coisa tinha parado por aí, a Folha de S. Paulo descobriu, na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, agreste pernambucano, um armazém especializado na venda deste material. O jornal conseguiu comprar ali mais de dez quilos de lençóis e fronhas –ainda manchados de sangue - com etiquetas de hospitais americanos.
O armazém foi imediatamente fechado pela vigilância sanitária e iniciou-se uma série de investigações para saber se este era um caso isolado ou não. Pois na última segunda-feira à noite, dez toneladas de batas, lençóis, restos de curativos e tecidos sujos de sangue foram apreendidos em um galpão de Caruaru, também em Pernambuco.
Este material era utilizado por fábricas, localizadas no chamado pólo têxtil do agreste pernambucano, para fazer forros de bolso para a confecção de roupas. A vigilância sanitária diz que o material, sem ser submetido a um rigoroso processo de esterlização, pode ser altamente contaminante e perigoso para quem manuseá-lo.
Vejam como a ganância e a irresponsabilidade de alguns empresários podem trazer sérias conseqüências para a economia pernambucana. Já há muitos comerciantes, que se abastecem daquele pólo têxtil, temerosos de continuarem fazendo suas compras ali. O agreste pernambucano tem um dos maiores pólos têxteis do país. Há riscos de desemprego no setor.
O pior é que a Receita Federal já avisou que mais contêiners, com 46 toneladas de lixo hospitalar, já estão se dirigindo ao porto de Suape. Desta vez, não serão nem abertos -serão devolvidos aos Estados Unidos. O material entrava no Brasil com o carimbo de “tecidos de algodão com defeitos”. Responsáveis por este tipo de abuso estão foragidos.
Veja mais informações sobre este material apreendido nos links abaixo:
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011/10/18/pernambuco-quer-evitar-prejuizo-trabalhadores-e-consumidores-por-importacao/

Um comentário:

  1. E nosso lixo hospitalar e limpeza do posto vocês já tiveram conhecimento como está?.E os responsáveis sabem o que estão fazendo com a população que é obrigada usar os serviços dalí?.

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