sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Zé Celso, a vanguarda do teatro brasileiro, esteve em São Miguel do Gostoso, e achou a cidade "um paraíso"



Por Emanuel Neri
Não é todo dia que uma celebridade do teatro braisleiro passa por São Miguel do Gostoso. Esta semana um dos maiores autores e diretores de teatro do Brasil, José Celso Martinez Corrêa, esteve na cidade. E achou tudo “um paraíso”.
Embora tenha adorado São Miguel do Gostoso, Zé Celso (foto), como é mais conhecido no meio teatral, passou poucos dias na cidade. Aos 75 anos, ele tem problemas cardíacos e teve dificuldades de caminhar nas praias, de areia fofa e fina.
O noBalacobaco conversou com Zé Celso na pousada Enseada do Gostoso, onde ele estava hospedado – já voltou para São Paulo, passando antes por Recife. “É uma pena que não possa ficar mais tempo aqui. Mas eu adorei estas praias”, afirmou.
Apesar da idade avançada, Zé Celso é considerado a vanguarda do teatro brasileiro. Seu trabalho, polêmico, é classificado orgiástico e antropofágico. Faz um teatro inquietante e irreverente, um trabalho que choca os olhos mais conservadores.
Tudo no teatro do Zé Celso é ousado. Suas peças mais recentes – como “As Bacantes”, “Os Sertões”, “Macumba Antropófoga” – são de uma ousadia impressionante. Na grande parte das peças, atores e atrizes atuam nus.
Zé Celso faz um tipo de teatro transgressor. Suas peças marcaram vários momentos da história do Brasil. “O Rei da Vela”, de 1967, é considerado um manifesto do Movimento Tropicalista, criado por nomes como Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Os grandes atores e atrizes do Brasil já trabalharam com Zé Celso. Nomes como Fernanda Montenegro, Raul Cortez, Bete Coelho e Augusto Boal já passaram pelos tablados do Teatro Oficina, o grupo de teatro que ele fundou nos anos sessenta. O nome do Oficina é bem mais amplo. Chama-se Teatro Oficina Uzyna Uzona.
Além de diretor e autor de teatro, Zé Celso também atua como ator. Em suas peças, é o primeiro a tirar a roupa. Tem importante atividade política. Sempre apoiou o PT. Na última eleição em São Paulo, apoiou o prefeito eleito Fernando Haddad (PT).
Zé Celso enfrenta no momento briga com o apresentador Sílvio Santos para incorporar ao Teatro Oficina um grande terreno do grupo de TV que fica ao lado do teatro, no bairro da Bela Vista, em São Paulo. Já teve várias vitórias nesta luta.
No momento, Zé Celso mantém entendimentos com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e com o secretário de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, para que o terreno de Sílvio Santos seja desapropriado e incorporado ao Teatro Oficina.
Este polêmico diretor de teatro esteve no ano passado em Natal, para fazer uma oficina com atores locais, no Teatro Alberto Maranhão. Metade do teatro ficou perplexa com a nudez dos seus atores. Mas Zé Celso é mesmo ousadia total.
Vela a pena conhecer o trabalho de Zé Celso. Nos links abaixo, você pode conhecer o site do Teatro Oficina e a história deste magnífico homem do teatro brasileiro.
Sorte de São Miguel do Gostoso que teve a felicidade de receber Zé Celso.







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