Por Emanuel
Neri
E a eleição para
presidente da República em 2014 começa a esquentar. O Datafolha, instituto de
pesquisa do jornal Folha de São Paulo,
divulgou hoje (22/3) a primeira pesquisa deste ano para aquela eleição. Dilma
Rousseff (veja foto) seria eleita já no primeiro turno.
Segundo o Datafolha,
se a eleição fosse hoje, a presidenta Dilma Rousseff (PT) teria 58% de votos,
seguida de longe por Marina Silva, que já foi do PT, com 16%. Em seguida vêm
Aécio Neves (PSDB), com 10%, e o governador Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, que ainda é da base do governo Dilma, com 6%.
Dilma cresceu quatro
pontos entre pesquisa realizada pelo mesmo Datafolha em dezembro passado,
quando tinha 54% de intenção de voto. Marina Silva caiu de 18% para 16% e Aécio
Neves também caiu, de 12% para 10%. Campos subiu de 4% para 6%.
A pesquisa do Datafolha foi
feita em todo o país nos dias 20 e 21 de março. A performance de Dilma já era
esperada. O que não se esperava era a queda de Marina Silva e Aécio Neves. Isso
significa que o cenário é cada vez mais favorável a Dilma.
Mesmo a subida de
Dilma já era esperada. É que esta semana o Ibope divulgou pesquisa em que a
aprovação do jeito de governar da presidenta chega 79%. Segundo o Ibope, ela
tem aprovação de 63%, com índices de “ótimo” e “bom”, dos brasileiros.
Mas esta pesquisa
mediu a performance de Dilma como presidenta, não sua intenção de voto para a
eleição de 2014. Ocorre que uma coisa está ligada à outra. Se o governante tem
boa aprovação, automaticamente tem boa intenção de voto.
Em ambas as pesquisas,
Dilma é bem avaliada em todas as regiões do país. No caso da pesquisa Ibope,
ela chega a ter 85% de aprovação no Nordeste à sua forma de governar. Isso é
péssimo para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Campos acreditava
que, pelo fato de governar um importante estado nordestino, tivesse uma boa
performance na região. Com exceção de Pernambuco, seu desempenho é fraco nos
outros Estados da região. Dilma dispara no Nordeste.
Ontem o vice-presidente,
Michel Temer, afirmou que a provável candidatura de Campos não abala em nada o
favoritismo de Dilma no Nordeste (veja abaixo). O governador de Pernambuco tem
procurado outros políticos para se fortalecer.
Na semana passada, ele
se encontrou em São Paulo com o ex-governador José Serra (PSDB), que está em
rota de colisão com Aécio Neves. Serra já perdeu várias eleições, inclusive
duas para presidente e a de prefeito de São Paulo, em 2012.
Mas Serra não desiste
de sonhar com a Presidência. Ocorre que agora o PSDB já fechou com a candidatura
de Aécio Neves, que foi governador de Minas. Por causa disso, Serra ameaça
romper com Aécio, trocar de partido e se aliar a Campos.
Ainda não se sabe
se isso será bom ou ruim para Campos. Serra tem prestígio em São Paulo, mas
perdeu terreno nas últimas eleições ao abraçar propostas conservadoras, como as
cruzadas radicais contra o aborto, em 2010, e aos homossexuais, em 2012.
Na campanha contra Dilma,
em 2010, Serra utilizou até o ultraconservador pastor Silas Malafaia, para
acusar a candidata do PT de defender o aborto. Em 2012, voltou a se aliar a
Malafaia, numa campanha homofóbica para a Prefeitura de São Paulo.
Serra acusava
Fernando Haddad, candidato do PT a prefeito, que ganhou a eleição, de apoiar,
quando era ministro da Educação, a aprovação de um chamado “kit gay” para ser
usado na rede de ensino pública do país. Sua pregação não surtiu efeito.
Os dois tiros de
Serra saíram pela culatra. Em 2010, descobriu-se que sua mulher, Mônica, fizera
um aborto. No ano passado, revelou-se que o mesmo Serra aprovara, quando
governador de São Paulo, um kit-gay muito semelhante ao de Haddad.
Agora já se fala até
mesmo que Serra poderá ser vice de Campos. Isso pode fortalecer o governador de
Pernambuco, mas, de alguma forma, mancha seu histórico de político de esquerda
e é até possível que o prejudique eleitoralmente.
Campos preside o Partido
Socialista Brasileiro. Seu passado político está muito ligado a Lula, que investiu
pesado em Pernambuco, fortalecendo seu governo no Estado. Campos é neto do
ex-governador Miguel Arraes, outro político de esquerda.
Veja, abaixo,
links para a pesquisa do Datafolha e declaração do vice MIchel Temer sobre o
favoritismo de Dilma no Nordeste. Veja também pesquisa Ibobe, que aponta que Dilma
tem até 72% de potencial de votos para a eleição de 2014.
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