segunda-feira, 19 de maio de 2014

Grupo Giradança apresenta espetáculo de superação e de forte carga emocional em São Miguel do Gostoso



Por Emanuel Neri
Não é todo dia que São Miguel do Gostoso recebe um belo espetáculo de dança. Neste último final de semana, a Companhia de Dança Contemporânea Giradança se apresentou na cidade em dois momentos: uma oficina de dança, no sábado, e um belo balé, no domingo.
“Alguém que não eu para falar de mim” (foto) é o nome do espetáculo apresentado  domingo à noite, no Colégio Olímpia Teixeira. Pena ter havido problemas na divulgação – o carro de som que ia anunciar o balé durante o dia não apareceu. Mesmo assim, muita gente compareceu.
No sábado à noite, o Giradança, que já tem dez anos e é formado por 20 pessoas, fez uma oficina no Iasnin para jovens bailarinos de São Miguel do Gostoso. O balé apresentado do domingo à noite, com a participação de sete participantes, é coreografado por Anízia Marques, que dirige o Balé Cidade do Natal.
Trata-se de uma interessante coreografia. Mas o mais comovente do espetáculo apresentado pela Giradança é a presença de bailarinos com algum tipo de deficiência física e visual. Dos sete integrantes do balé, um é cadeirante, outro tem deficiência visual máxima, um terceiro tem síndrome de Down e outra é anã.
É emocionante ver o esforço destes jovens para se superar no palco. O Girodança tem exatamente este objetivo – integrar na dança pessoas que teriam alguma dificuldade de participar de espetáculos deste tipo. Prova de que não há limites para a superação do ser humano, mesmo quando se trata de espetáculos de arte.
Você consegue identificar três dos quatro bailarinos com algum tipo de deficiência, mas um deles, a que tem deficiência visual, é difícil de reconhecer no palco. No final do espetáculo, você fica se perguntando qual deles não enxerga absolutamente nada. Pois ela é uma moça loira, com cabelo preso em tranças, uma ótima bailarina.
Giradança é patrocinado pela Cosern e pelo governo do Estado. Sua vinda a São Miguel do Gostoso contou com o apoio da Prefeitura local. O Girodança percorreu oito cidades do Rio Grande do Norte – a turnê foi encerrada com a apresentação do domingo.  Antes se apresentou em Recife e Fortaleza.
Pousadas como o Albergue da Jangada e a casa de shows Spaço Mix, além de outros estabelecimentos da cidade, colaboraram para hospedar e alimentar os bailarinos. Um morador da cidade, André Gugelmin, que está viajando, cedeu sua casa para hospedar parte dos bailarinos.
A coreografia “Alguém que não eu para falar de mim” aborda o relacionamento entre as pessoas – inclusive as relações afetivas, como as decepções e sofrimentos com rompimentos amorosos. Mas a mensagem principal que fica do espetáculo é o de “estar bem comigo mesmo”.
O espetáculo é acompanhado por músicas belíssimas, como uma canção  do roqueiro americano Elvis Presley e outra do brasileiro Marcelo Camelo (ex-Los Hermanos). Há ainda outras músicas, entre elas um tango comovente. Frases  soltas, ditas pelos bailarinos, completam o espetáculo.
Pena ter havido problemas na divulgação do espetáculo. Trata-se de um acontecimento para ser assistido por todos, com casa cheíssima.  Este é o tipo de espetáculo que a cidade inteira precisava ver, principalmente pela emoção de ver no palco exemplos de superação de pessoas com deficiência.

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