Por Emanuel
Neri
Passada uma
semana da eleição que reelegeu Dilma Rousseff para a
Presidência da República, o que sobrou no país foi uma insatisfação do PSDB do
derrotado Aécio Neves com o resultado das urnas. O partido questiona no TSE o
resultado eleitoral. Além disso, setores perdedores desencadearam uma guerra de ódio e preconceito contra quem votou na
candidata vitoriosa.
E o maior
foco do ódio dos derrotados é o Nordeste, que deu expressiva maioria a Dilma. Uma
campanha sórdida invadiu as redes sociais desde a noite do domingo, 26 de
outubro, ao ser anunciada a vitória de Dilma. Há quem queira a separação do
Nordeste e peça um muro para separar a região do restante do Brasil.
Esta
campanha racista veio de várias partes do país, mas está
concentrada no Sudeste do país, em especial no Estado de São Paulo. E tem suas
raízes entre eleitores e políticos tucanos. O deputado Coronel Telhada, do PSDB
paulista, defendeu a independência do Brasil do “país que pede esmola”.
“O Sudeste
tem que iniciar processo de separação de um país que prefere esmola do que
o trabalho”, disse o deputado tucano, que mais tarde tentou consertar suas
declarações preconceituosas, mas já era tarde. Outros eleitores querem que o
Ebola chegue ao Brasil pelo Nordeste, para “matar a todos” os nordestinos.
“Vamos
construir um muro que separe aqueles nordestinos burros do
Brasil de verdade”, afirmou outro eleitor derrotado. “Um muro como aquele da
Alemanha”, acrescentou.
A OAB já
pediu ao Ministério Público para abrir processos contra
estas manifestações preconceituosas e racistas.
Reações como esta
mostram que o Brasil é um país preconceituoso e antidemocrático. Preconceituoso
porque não aceita que o Nordeste tenha votado em Dilma – 70% dos votos da
região foram para a petista. Querem que o Nordeste seja subordinado ao Sul e
Sudeste – e siga esta região, que deu maioria a Aécio.
E é
antidemocrático porque não aceita a decisão da maioria da
população e o resultado das urnas, que foi favorável a Dilma. Nesta questão, o
próprio PSDB contribuiu para tentar, como se diz no futebol, anular o resultado
da eleição no “tapetão”. A Justiça Eleitoral já rechaçou este jogo baixo dos
tucanos.
Sem poder ganhar nas
urnas, parte de eleitores de Aécio Neves estão pedindo, por mais assustador que
possa parecer, um golpe militar que tire Dilma do poder. No sábado passado,
grupos de oposicionistas insatisfeitos saíram às ruas de São Paulo pedindo a volta dos militares e o afastamento
da presidenta eleita.
Puro desrespeito de quem não
leva a democracia a sério.
Felizmente o
Brasil de algumas décadas atrás não existe mais. Naquela
época, a oposição – na época encastelada na UDN, cujo perfil hoje é muito
semelhante ao PSDB – não aceitava a vitória de adversários e tentava
derrubá-los no grito e no golpe. Foi assim com Getúlio Vargas, em 1954,e Joao Goulart,
em 1964.
“Não pode
ser candidato; se for candidato, não pode se eleger; se for eleito, não
pode tomar posse; se tomar posse, não pode governar”. Este era o refrão
golpista que golpeava os candidatos com os quais este setores do país – geralmente
a elite brasileira – atacava mortalmente os eleitos que não tinha sua simpatia.
A cegueira da
oposição atual é capaz de não enxergar nem mesmo o
resultado numérico das urnas. Dilma teve 20,1 milhões de votos no Nordeste e
3,9 milhões no Norte, totalizando 24,1 milhões. São 2,5 milhões de votos a
menos do que os 26,6 milhões ela que obteve no Sudeste (19,8 milhões) e no Sul
(6,7 milhões).
Mais. Dilma
ganhou em Minas, segundo maior Estado mais populoso do
país, terra de Aécio Neves, e no Rio, terceira maior população. Mesmo assim, a
fúria da oposição derrotada é mesmo contra o Nordeste. Resta saber se o muro
que a oposição quer fazer para separar o Nordeste do restante do país vai incluir
também Minas e Rio.
Abaixo,
artigos sobre manifestações preconceituosas contra o
Nordeste e atos de oposicionistas pedindo golpe militar para tirar Dilma do
poder, além de reações contra este separatismo, inclusive um lindo poema de um
paulista. Veja outas manifestações de ódio e preconceito contra os nordestinos.
Oposição não, isso que está acontecendo foram certos eleitores descontentes com o resultado negativo, também seria da mesma forma se o candidato da oposição tivesse ganho as eleições, eleitor diz o que quer, agora culpar os candidatos perdedores não é bem assim, afinal o candidato Aécio Neves já provou nas urnas que é forte e que também oferece todas as condições de administrar o nosso país.
ResponderExcluirAumenta de 3,7% o número de miseráveis em nosso País nos anos de 2012 e 2013, enquanto isso nas eleições a Presidenta dizia que tinha acabado com a miséria e a fome, isso é só o começo, gasolina mais cara e tudo mais tirando da mesa do povo mais carente.
ResponderExcluirAí sim é governo bom, a três anos atrás com R$ 400,00 reais se comprava o que hoje nós só conseguimos comprar com R$ 700,00 (setecentos reais), aí tudo permanece despercebido pelo nosso governantes como se nada tivesse aumentado, se não for verdade o povo sabe muito bem.
ResponderExcluirA oposição tem sede. Afinal já experimentou o leite gordinho e quer voltar às tetas. Que Vergonha! Em pleno século XXI, onde são rechaçadas no mundo inteiro ideias militaristas, aqueles que deveriam zelar pela democracia querem o fim dela. Que pena que os líderes que outrora se diziam democratas agora querem seu fim.
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