Por Emanuel
Neri
E Dilma
Rousseff (PT) manteve o favoritismo e se reelegeu para mais oito
anos na Presidência da República.
Foi uma
vitória apertada, de pouco mais de três pontos percentuais
– 51,64% dos votos válidos contra 48,36% de Aécio Neves (PSDB). A diferença entre
a petista e o tucano foi superior a 3,5 milhões de votos.
Apesar do
resultado apertado, foi sem dúvida uma grande vitória, carregada
de muita emoção. Aécio foi o melhor candidato que a oposição já apresentou –
pelo menos o que teve o maior número de votos - para tirar o PT do
governo. Mas ele foi incapaz de barrar a onda vermelha da militância petista.
O Nordeste
deu a vitória a Dilma Rousseff – em todos os Estados, a nova presidenta
teve mais de 70% dos votos, contra menos de 30% de Aécio. Percentualmente foi a
maior vitória de Dilma por região em todo o Brasil. No Rio Grande do Norte, sua
vitória foi de 70%. Robinson Farias ganhou o governo local.
Mas há duas vitórias
com sabores especiais para Dilma (na foto, com Lula).
A primeira
delas foi sua vitória – 52,4% dos votos contra 47,6% -
em Minas Gerais. Esta foi a derrota que mais doeu em Aécio, que é de Minas,
Estado governador por ele por oito anos. Faz 12 anos que o PSDB dirige o
governo mineiro. No primeiro turno, o PSDB já havia perdido o governo local para
o PT.
Outra
vitória simbólica e de grande importância para Dilma foi Pernambuco,
onde ela obteve cerca de 70% dos votos – Aécio ficou com 30%. Pernambuco tinha
um simbolismo importante para Aécio. Ali era o Estado do governador Eduardo Campos,
presidenciável que morreu em acidente aéreo durante a campanha.
Marina Silva, que era
vice de Eduardo, substituiu o presidenciável pernambucano e foi a mais votada
no primeiro turno em Pernambuco. No segundo turno, a viúva de Eduardo e seus
filhos apoiaram Aécio. Todos foram derrotados. Os votos de Marina no primeiro
turno foram praticamente todos para Dilma.
Em Caetés, no agreste
pernambucano, terra em que Lula nasceu, Dilma teve mais de 90% dos votos.
Com a
vitória de Dilma, o PT amplia para 16 anos seu ciclo de poder
no Brasil. E esta longevidade pode se ampliar para vinte anos ou mais,
caso o ex-presidente Lula se candidate a presidente em 2018. E se Lula se candidatar,
é quase certo que, com o enorme prestígio que tem, se elegerá por mais
quatro anos.
Tão logo viu consolidada
sua reeleição, Dilma dirigiu-se a um hotel de Brasília para fazer um
pronunciamento à Nação. Diante de muita emoção da militância petista, a
presidenta reeleita falou de paz e de esperança e prometeu governar o país com
o apoio de todos – sinalizou até para união com a oposição.
Mas o mais
importante no pronunciamento de Dilma foi sua disposição em conduzir
uma reforma política do país, aprovada
em plebiscito. Bandeira de sua campanha, a reforma política pretende acabar com
o financiamento de empresas privadas em eleições, fonte de muitos casos de
corrupção que existem no Brasil.
Dilma e o PT defendem
que haja financiamento público nas campanhas eleitorais. Esta é uma batalha que
a nova presidenta vai ter que travar com o Congresso. Para que a reforma se
viabilize, é necessária sua aprovação no Congresso. Mas Dilma quer o apoio da
sociedade civil para viabilizar esta reforma.
A presidenta
também prometeu combater a corrupção, criando novas leis
para inibir irregularidades praticadas por servidores públicos, políticos e
empresas privadas. Dilma também fez referências a várias iniciativas já
aprovadas em sua primeira administração para acabar com a corrupção no país.
Um dos
momentos mais emocionantes do discurso de Dilma foram suas
palavras de carinho ao ex-presidente Lula, responsável por sua primeira eleição
e que teve peso fundamental na vitória atual. Lula estava ao lado de Dilma e os
dois se abraçaram emocionados, no final do pronunciamento da presidenta.
É isso. O Brasil, em decisão soberana, votou e escolheu Dilma para mais quatro anos de governo.
Apesar da vitória apertada, a decisão da maioria tem que ser respeitada. Isso é
da democracia. Ganha quem tem mais votos e quem a população escolhe para
governar seu país.
O resultado das urnas tem que ser respeitado por todos - e Dilma é a escolhida pela maioria dos brasileiros para governar o país por mais quatro anos.
O resultado das urnas tem que ser respeitado por todos - e Dilma é a escolhida pela maioria dos brasileiros para governar o país por mais quatro anos.
Veja, abaixo, links com
reportagens sobre a vitória de Dilma, inclusive reportagem sobre a eleição de
Robinson Faria no Rio Grande do Norte.